NOVA LEI SOBRE SAÚDE MENTAL NO TRABALHO
- Vivian Ribeiro
- 15 de abr.
- 19 min de leitura
Atualizado: há 5 dias
ESTRESSE E A NOVA LEI SOBRE SAÚDE MENTAL NO TRABALHO
Você sabia que a nova Lei 14.831, que instituiu o Certificado Empresa Promotora da Saúde Mental, conhecida como NOVA LEI SOBRE SAÚDE MENTAL NO TRABALHO, trouxe e ainda trará mudanças significativas no ambiente de trabalho, especialmente no que diz respeito à saúde mental dos colaboradores? Dessa forma, a atualização da NR1 se deu por meio da Portaria MTE nº 1.419/2024. Com foco na prevenção do estresse, na segurança psicológica e no cuidado com o bem-estar, essa legislação reflete uma crescente preocupação com a qualidade de vida no ambiente corporativo. No entanto, será que essas mudanças são suficientes para mitigar os impactos do estresse? Neste texto, vamos explorar como a nova lei pode influenciar as práticas no trabalho e, principalmente, qual o seu real impacto na saúde mental dos profissionais.
ESTRESSE E SAÚDE MENTAL
O estresse no ambiente de trabalho é um fenômeno global que afeta milhões de pessoas ao redor do mundo, prejudicando não apenas a saúde física e mental, mas também a qualidade do trabalho e as relações pessoais. A Lei 14.831 traz uma nova perspectiva sobre a gestão do estresse no ambiente corporativo, destacando a importância da promoção de um ambiente saudável e da prevenção de doenças ocupacionais, como o estresse crônico.
Primeiramente, é importante entender que o estresse no trabalho não surge "do nada". Ele é alimentado por diversos fatores, que, no cenário atual, estão cada vez mais presentes em nossas rotinas. A aceleração das demandas corporativas, com metas cada vez mais exigentes e um ritmo que não desacelera, geram a constante sensação de que nunca fazemos o suficiente. A NOVA LEI SOBRE SAÚDE MENTAL NO TRABALHO - Lei 14.831 reflete essa preocupação ao estimular as empresas a adotarem medidas preventivas para evitar o desgaste mental dos colaboradores, incluindo a definição de um ambiente de trabalho livre de pressões que comprometem a saúde.
Além disso, a constante cobrança por resultados e a expectativa de estar sempre disponível, seja no e-mail, WhatsApp ou redes sociais, tornam a desconexão quase impossível. A nova legislação aborda justamente a importância de criar condições para o bem-estar, com destaque para a gestão do tempo de trabalho e a implementação de práticas que favoreçam a saúde mental.
Todavia, o impacto do estresse no trabalho vai além do ambiente corporativo, atingindo diretamente a nossa vida pessoal. O estresse constante leva a um desgaste físico e mental tão grande que nos deixa sem energia para aproveitar os momentos de lazer e convivência com quem amamos. A recente atualização da NR1, com a inclusão dos riscos psicossociais, como o estresse e doenças mentais, sinaliza uma tentativa de mitigar esses impactos. Mas, mesmo com as mudanças, o estresse ainda afeta nossa capacidade de "desligar" do trabalho, impactando diretamente no sono e na qualidade de vida. Sim, falaremos mais sobre o sono mais adiante, mas, por ora, fica claro que um bom equilíbrio entre vida pessoal e profissional ainda depende de um esforço contínuo por parte de empresas e colaboradores.
Não é incomum que a irritação e a ansiedade geradas pelo estresse transbordem para nossas relações, tornando-nos impacientes, distantes ou até agressivos com os outros, como amigos, familiares e parceiros. E engana-se você ao pensar que o estresse afeta apenas a nossa mente. Afeta também o nosso corpo que, num pedido de socorro, pode apresentar dores de cabeça, insônia, problemas digestivos, aumento da pressão arterial e, em casos mais graves, doenças cardíacas.
Quando não conseguimos lidar com a pressão e a sobrecarga, começamos a nos sentir frustrados e impotentes, o que gera uma sensação de que a vida está fora de controle. Essa combinação de fatores afeta tanto o nosso desempenho profissional quanto o nosso bem-estar pessoal. Não é à toa que o estresse é considerado uma das principais causas de afastamento do trabalho, baixa produtividade e até o surgimento de conflitos dentro das empresas. E o mais preocupante é que, muitas vezes, as pessoas tentam ignorar os sinais de alerta, achando que a única solução é trabalhar mais, obter mais resultados, o que só acaba agravando a situação.
Segundo Eduardo Almeida, CEO da IKIGAI BRASIL e maior autoridade brasileira sobre a filosofia IKIGAI, "Nos acostumamos a acreditar que o ouver stress é algo normal e fundamental para gerar produtividade, sem entender o custo que pagamos tanto no trabalho quanto em nossa vida pessoal. Temos, por isso, que rever nossas crenças sobre este tema."
Portanto, estresse é coisa muito séria, sim! Entender a importância de buscar um equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal, além de adotar estratégias de gestão do estresse, é fundamental para manter a saúde, a produtividade e, claro, a qualidade de vida. Reconhecer quando é hora de dar um passo atrás e cuidar de si mesmo é o primeiro passo para construir um futuro mais saudável e equilibrado, tanto no trabalho quanto na vida pessoal.
Lembre-se: ninguém é uma máquina. Seu bem-estar deve vir sempre em primeiro lugar!
O ESTRESSE EM AMBIENTE DE TRABALHO
O estresse no ambiente de trabalho tem se mostrado uma verdadeira crise mundial, algo que a Organização Mundial da Saúde (OMS) não hesita em chamar de uma "epidemia global". Em um relatório divulgado em 2021, foi revelado um dado alarmante: mais de 745 mil pessoas perdem a vida anualmente em decorrência de doenças relacionadas às longas jornadas de trabalho. Isso inclui condições graves, como acidentes vasculares cerebrais (AVC`s) e doenças do coração, frequentemente provocadas pelo excesso de pressão e pelo ritmo acelerado das atividades profissionais. Esse não é um problema isolado; a Organização Internacional do Trabalho (OIT) também aponta que cerca de 8% da população mundial no mercado de trabalho sofre com distúrbios emocionais, como ansiedade e depressão, causados ou intensificados pelas exigências do ambiente de trabalho. Esses números são um reflexo de um problema crescente e preocupante, que exige uma reflexão sobre como equilibrar as pressões profissionais com o bem-estar de quem contribui para o funcionamento das sociedades ao redor do mundo.
No Brasil, a situação é igualmente alarmante. Uma pesquisa realizada pela Isma-BR (International Stress Management Association) em 2022, revelou que 72% dos trabalhadores brasileiros enfrentam níveis elevados de estresse no trabalho. O dado mais alarmante é que, entre esses casos, 32% evoluem para a Síndrome de Burnout, uma condição que, em 2019, foi oficialmente reconhecida pela Organização Mundial da Saúde como um fenômeno ocupacional. A NR-1 estabelece que a prevenção do estresse deve ser parte integrante das políticas de saúde e segurança no trabalho. Isso implica em uma responsabilidade crescente das empresas em implementar estratégias de prevenção e gestão do estresse. O não cumprimento dessa obrigação pode levar a sérias consequências para a saúde dos trabalhadores e para a saúde organizacional. O estresse crônico no trabalho não é apenas uma sensação desconfortável; ele traz sérias consequências para a saúde, afetando tanto o corpo quanto a mente. Para quem vive em um ritmo acelerado, as consequências podem ser devastadoras.
No aspecto físico, o estresse prolongado está fortemente relacionado a doenças cardiovasculares. Quando o corpo é constantemente exposto ao cortisol, o hormônio do estresse, ele começa a sofrer os efeitos do aumento constante da pressão arterial, o que eleva o risco de infartos e outros problemas do coração. Um estudo publicado no European Heart Journal em 2020, apontou que profissionais que vivem sob alta pressão têm 48% mais chances de desenvolver doenças coronarianas. Esses números não deixam dúvidas sobre os perigos de um ambiente de trabalho que cobra demais, sem dar espaço para a recuperação.
Em paralelo a isso, a NR1 atualizada, reforça a necessidade de as empresas adotarem medidas preventivas e de promoção de saúde mental. As empresas agora têm a responsabilidade legal de garantir que os trabalhadores não sejam expostos a níveis excessivos de estresse e sobrecarga, criando ambientes que favoreçam a saúde e o bem-estar dos seus colaboradores. Isso significa que, além da conscientização sobre os efeitos negativos do estresse no ambiente de trabalho, as organizações precisam implementar práticas para proteger a saúde física e emocional dos trabalhadores.
No livro Outlive, a arte de viver mais e melhor, o médico especialista em longevidade, Peter Attia, apresenta os 4 cavaleiros do Apocalipse, ou seja, as 4 maiores causas de morte lenta. Adivinha qual é a primeira delas? Sim, a doença cardíaca. Esse dado traz à tona um ponto crucial sobre a importância de um ambiente de trabalho equilibrado, sem sobrecarga e estresse constante, como forma de reduzir o risco desses problemas.
Além disso, o impacto na saúde mental não pode ser ignorado. Ansiedade, depressão e o temido burnout têm se tornado cada vez mais comuns. A Organização Mundial da Saúde prevê que, até 2030, a depressão será a principal causa de afastamentos no trabalho, com um custo global de impressionantes 6 trilhões de dólares ao ano. O que começa como uma pressão constante pode se transformar em um peso mental que se arrasta por anos, afetando a qualidade de vida de quem sofre. A NR-1 destaca a importância das empresas adotarem estratégias para evitar a sobrecarga psicológica dos funcionários, promovendo, assim, um ambiente mais saudável e produtivo.
O estresse também enfraquece o sistema imunológico. Quando estamos constantemente em alerta, o corpo perde sua capacidade de se proteger contra infecções, o que nos torna mais vulneráveis a doenças como gripes e alergias. O simples fato de estar estressado pode nos deixar mais doentes, tornando difícil se recuperar completamente e criando aquela sensação de “emendar” uma doença na outra. A NR-1, juntamente com a Lei 14.831/24, que instituiu o Certificado Empresa Promotora da Saúde Mental propõe que as empresas implementem ações para mitigar esse estresse, proporcionando ambientes de trabalho que minimizem a exposição contínua aos fatores que sobrecarregam o corpo e a mente, promovendo, assim, uma recuperação mais eficaz e a saúde do trabalhador.
Outro efeito negativo são os problemas musculoesqueléticos. Quem já passou longas horas sentado em uma cadeira desconfortável ou realizou movimentos repetitivos sabe bem o quanto isso pode afetar o corpo (Como eu sei disso?). O estresse leva a uma tensão muscular constante, o que resulta em dores lombares, tensões no pescoço e lesões por esforço repetitivo (LER), muito comuns em ambientes de trabalho com alta exigência.
O estresse também pode influenciar comportamentos de risco e gatilhos em vícios. O consumo excessivo de álcool, o tabagismo e a alimentação desequilibrada são apenas algumas das maneiras pelas quais muitas pessoas tentam lidar com a pressão. Infelizmente, esses hábitos só agravam a situação, criando um ciclo vicioso que afeta ainda mais a saúde física e mental.
Portanto, é essencial que nos atentemos a esses sinais e busquemos formas de reduzir o estresse no ambiente de trabalho. Afinal, nossa saúde é o nosso bem mais precioso, nosso corpo é nosso tempo e não vale a pena trocá-los por metas que podem, muitas vezes, ser repensadas.
O estresse no ambiente de trabalho não afeta apenas a saúde dos indivíduos, mas também tem um impacto significativo nas organizações e, de maneira mais ampla, na economia. Segundo dados da consultoria Gallup, colaboradores estressados têm 63% mais chances de faltar ao trabalho e são 2,6 vezes mais propensos a buscar novos empregos. Essa rotatividade de funcionários e as faltas frequentes geram um ciclo difícil de quebrar, prejudicando tanto o bem-estar das pessoas quanto os resultados das empresas.

ESTRESSE E PRODUTIVIDADE
A produtividade é uma das primeiras vítimas do estresse. Quando estamos sob pressão constante, nossa capacidade de concentração diminui, e a tomada de decisões se torna mais difícil. Isso pode afetar diretamente a eficiência no trabalho, com uma queda de até 20%, segundo a Harvard Business Review. Ou seja, o estresse não só prejudica quem está vivenciando essa situação, mas também compromete a qualidade do trabalho que é entregue. Nesse contexto, a NR1 (Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho), enfatiza a importância das empresas em adotar práticas preventivas para minimizar os impactos do estresse e garantir um ambiente que favoreça a saúde e a produtividade dos colaboradores.
Além disso, existe o fenômeno do "presenteísmo", que ocorre quando o colaborador, apesar de estar fisicamente presente no trabalho, não consegue se concentrar ou realizar suas tarefas de maneira eficiente. Nos Estados Unidos, esse fenômeno custa cerca de 150 bilhões de dólares por ano, um valor que reflete como o estresse pode se traduzir em perdas econômicas, mesmo quando as pessoas não se ausentam do trabalho. A NR1, em sua nova versão, alerta as empresas sobre a necessidade de criar um ambiente mais saudável, em que o bem-estar do trabalhador seja prioridade, buscando reduzir as taxas de presenteísmo e aumentar o engajamento e a produtividade.
Os impactos do estresse também afetam as relações interpessoais no ambiente corporativo. Quando estamos estressados, a comunicação se torna mais difícil, a irritabilidade aumenta, e isso gera um ambiente de trabalho mais tenso e tóxico. Esse clima prejudica a cooperação entre equipes e pode até levar a conflitos que, a longo prazo, afetam a dinâmica organizacional e a produtividade geral. A NR1, que passou a incluir os fatores de riscos psicossociais, também traz uma ênfase no combate ao estresse e nas suas repercussões sociais, sugerindo que as organizações invistam em treinamentos e políticas internas para melhorar a interação e o bem-estar coletivo.
Para as empresas, os custos relacionados ao estresse são tanto diretos quanto indiretos. Entre os custos diretos estão os gastos com planos de saúde, indenizações por acidentes de trabalho e até processos judiciais, como os relacionados ao assédio moral. Já os custos indiretos envolvem a perda de talentos, danos à reputação da empresa e uma queda na capacidade de inovar. Afinal, quando as pessoas estão sobrecarregadas, a criatividade e a inovação sofrem, o que pode comprometer a competitividade da empresa no mercado. A implementação de medidas da NR1, que exige que as empresas realizem avaliações de risco psicoemocional, é um passo importante para evitar tais custos, proporcionando ambientes que minimizem o estresse e estimulem a inovação e o bem-estar dos colaboradores.
Por isso, é fundamental que as empresas comecem a enxergar o estresse não apenas como uma questão individual, mas como um problema organizacional que precisa ser enfrentado de maneira séria. O custo de não agir é alto e, no fim das contas, afeta todos: os colaboradores, as empresas e até a economia. A NR-1 atualizada reforça que as organizações têm a responsabilidade legal de garantir a saúde física e emocional dos seus colaboradores, por meio de práticas que promovam o equilíbrio entre as exigências do trabalho e o bem-estar do trabalhador.
O estresse no trabalho é algo que pode afetar qualquer pessoa em diversos momentos de sua carreira, e reconhecer os fatores que contribuem para esse estresse é o primeiro passo para lidar com ele de maneira eficaz — e não há nenhum demérito nisso. A NR1, por exemplo, traz diretrizes claras sobre como as empresas devem avaliar e mitigar os riscos de estresse no ambiente de trabalho. Existem vários elementos que, no dia a dia profissional, podem ser fontes constantes de pressão e desgaste. Vamos aprender a identificar os mais comuns?
A sobrecarga de trabalho é um deles. Em áreas como tecnologia, saúde e finanças, é frequente que os profissionais enfrentem metas irrealistas, prazos apertados e jornadas de trabalho prolongadas. Esse tipo de exigência contínua, sem espaço para recuperação, não só afeta a saúde mental como também a física, criando um ciclo de exaustão que dificilmente é rompido. A NOVA LEI SOBRE SAÚDE MENTAL NO TRABALHO - Lei 14.831, por meio da NR1 exige que as empresas identifiquem e mitiguem esses riscos, criando ambientes de trabalho mais saudáveis e sustentáveis para todos.
Outro fator de estresse importante é a falta de autonomia. Quando um profissional sente que não tem controle sobre suas próprias tarefas, seja pela forma como seu trabalho é organizado ou pela ausência de decisões a serem tomadas, isso gera uma sensação de impotência. A falta de autonomia pode fazer com que as pessoas se sintam desvalorizadas, pois, muitas vezes, elas têm a impressão de que seu trabalho não tem impacto ou significado real dentro da organização.
ESTRESSE E RELACIONAMENTOS NO AMBIENTE DE TRABALHO
Os relacionamentos tóxicos dentro do ambiente de trabalho também são fontes significativas de estresse. Chefias autoritárias, assédio moral e a ausência de apoio entre colegas criam um clima de desconfiança e insegurança. Quando o ambiente de trabalho é marcado pela hostilidade e pela falta de empatia, as tensões aumentam, fazendo com que os colaboradores se sintam emocionalmente sobrecarregados, prejudicando tanto o bem-estar quanto a produtividade. A NR1, reforça que as empresas devem garantir que o ambiente de trabalho seja livre de práticas abusivas e prejudiciais à saúde mental dos colaboradores, incentivando o respeito mútuo e o apoio contínuo.
A insegurança no emprego é outro ponto crítico, especialmente em tempos de crise econômica ou mudanças estruturais dentro da empresa. O medo constante de ser demitido ou de não saber qual será o próximo passo profissional gera uma sensação de incerteza que pesa sobre a saúde mental de qualquer pessoa. A ansiedade sobre a instabilidade no trabalho pode afetar a confiança e o foco, gerando ainda mais estresse. A NR1 exige que as empresas criem políticas claras sobre a segurança no emprego e a estabilidade dos trabalhadores, minimizando os impactos da insegurança e da incerteza no ambiente profissional.
Por fim, como mencionado anteriormente, a tecnologia e a conectividade excessiva têm se tornado um fator de estresse crescente. A cultura do "always on", ou seja, estar sempre conectado e disponível, dificulta a desconexão e o descanso. Isso resulta em exaustão mental, pois os profissionais acabam trazendo o trabalho para casa e, em muitos casos, não têm um momento verdadeiro de pausa. Essa falta de fronteiras entre o trabalho e a vida pessoal tem um impacto profundo na saúde emocional e física. A NR-1 também trata dessa questão, destacando a necessidade de empresas estabelecerem limites claros quanto à carga de trabalho e o uso de dispositivos tecnológicos fora do horário de expediente, garantindo que os colaboradores possam realmente descansar e se recuperar.
Com o aumento do trabalho de casa pós-pandemia, muitos nem sequer têm limitação geográfica mais. O quarto se torna ambiente de descanso, prazer, trabalho, sala de reuniões e, consequentemente, muito, muito estresse. A distância do trabalho para o travesseiro é quase inexistente. Essa falta de separação entre vida profissional e pessoal, especialmente no home office, traz desafios enormes para o equilíbrio emocional e físico, e a NR1 sugere que as empresas invistam em estratégias de organização do espaço de trabalho, respeitando a saúde física e mental dos colaboradores.
Esses fatores de risco são apenas algumas das razões pelas quais o estresse no ambiente de trabalho se tornou tão prevalente. Identificar esses elementos é fundamental para criar estratégias que possam ajudar a melhorar o bem-estar dos profissionais e, consequentemente, a qualidade do trabalho realizado. A NR-1, que estabelece diretrizes para garantir a segurança e o bem-estar no trabalho, reforça a importância de uma gestão consciente do estresse, com políticas que favoreçam a saúde mental, a estabilidade no emprego e a reconciliação entre vida profissional e pessoal.
IKIGAI - A FILOSOFIA DO BEM-ESTAR
A filosofia IKIGAI de vida é uma visão voltada ao bem-estar do ser humano e a longevidade.
É endêmica das Ilhas de Okinawa, no Sul do Japão, lugar em que as pessoas são mais longevas e felizes.
No Brasil, foi introduzida pela população de imigrantes japoneses dessa região, mas não foi divulgada fora da comunidade.
Este trabalho vem sendo realizado pela IKIGAI BRASIL e seu CEO EDUARDO ALMEIDA, e agora conta com a IKIGAI WELLNESS, seu braço orientado ao BEM-ESTAR ORGANIZACIONAL.
Veja este vídeo e entenda:
COMO PREVINIR O ESTRESSE EM AMBIENTE DE TRABALHO
As empresas desempenham um papel fundamental na prevenção e no manejo do estresse no ambiente de trabalho. Quando se comprometem com o bem-estar dos colaboradores, elas não apenas melhoram a qualidade de vida dos seus funcionários, mas também aumentam a produtividade e a satisfação no trabalho. Com a atualização da NR1 (Portaria MTE nº 1.419/2024) que incluiu os fatores de riscos psicossociais, a responsabilidade das empresas em promover um ambiente saudável e equilibrado se torna ainda mais clara e exigente.
Uma das primeiras ações é promover uma cultura de saúde mental. Além disso, investir em programas de mindfulness, oferecer terapia subsidiada e organizar workshops sobre gestão do estresse são estratégias eficazes para apoiar os funcionários. Isso não só proporciona ferramentas práticas para lidar com a pressão diária, mas também envia uma mensagem clara de que o bem-estar emociona é uma prioridade para a empresa. A partir da NOVA LEI SOBRE SAÚDE MENTAL NO TRABALHO - Lei 14.831, que instituiu o Certificado Empresa Promotora da Saúde Mental, reforçou-se a necessidade de as empresas adotarem políticas e programas específicos que promovam o cuidado com a saúde mental, alinhando-se à necessidade de criar ambientes de trabalho seguros e sem riscos psíquicos.
A flexibilização também é uma medida importante para combater o estresse. Horários de trabalho flexíveis, a possibilidade de trabalho de casa de forma equilibrada e políticas de descanso obrigatório ajudam os colaboradores a encontrar um melhor equilíbrio entre suas responsabilidades profissionais e pessoais. A Lei 14.831 destaca a importância de respeitar os limites de carga horária e oferece suporte para que as empresas possam implementar essas mudanças, garantindo que os colaboradores não sejam sobrecarregados. Esses ajustes não só contribuem para a redução do estresse, mas também aumentam o engajamento e a lealdade dos funcionários, que se sentem mais respeitados e apoiados.
Além disso, o feedback constante e a clareza nas avaliações são essenciais para diminuir a incerteza e a ansiedade no ambiente de trabalho. Quando os colaboradores têm a oportunidade de receber feedback construtivo regularmente e sabem exatamente o que se espera deles, ficam mais confiantes e menos propensos a viver com a sensação de não estarem no caminho certo. A Lei 14.831 também reforça a necessidade de transparência nas relações de trabalho, oferecendo maior clareza sobre as expectativas e responsabilidades dos colaboradores, minimizando assim o estresse relacionado à falta de comunicação.
Por fim, o ambiente físico também desempenha um papel crucial na prevenção do estresse. Garantir que os espaços de trabalho sejam adequadamente iluminados, que a ergonomia seja priorizada e que existam áreas de relaxamento pode fazer uma grande diferença no bem-estar dos colaboradores. Ambientes agradáveis e confortáveis contribuem para a saúde mental e física, criando um espaço onde as pessoas se sentem mais motivadas a trabalhar e a se dedicar ao que fazem. A NR-1 estabelece que os empregadores devem garantir a qualidade do ambiente de trabalho, o que inclui não apenas a segurança física, mas também o cuidado com a saúde emocional dos colaboradores.
Ao implementar essas ações, as empresas não apenas ajudam a reduzir o estresse, mas também criam uma cultura de cuidado e respeito, o que resulta em uma equipe mais produtiva, saudável e engajada. O sucesso de uma organização depende diretamente de como ela cuida de seus colaboradores, e investir na saúde mental é um passo essencial para construir um futuro mais sustentável e harmonioso. A NR1 vem para incentivar e oferecer uma base legal para que as empresas possam estruturar e implementar essas ações de maneira mais eficaz e responsável.
Quando se trata de lidar com o estresse, é importante que cada indivíduo saiba que não há nenhum demérito em pedir ajuda. O estresse no trabalho e na vida cotidiana é algo que todos nós enfrentamos em algum momento, e buscar apoio é um passo fundamental para cuidar da nossa saúde mental e emocional.
Uma das primeiras atitudes que podemos adotar é estabelecer limites claros entre a vida pessoal e profissional. Em um mundo onde a conectividade está sempre presente, pode ser difícil "desligar" e separar o trabalho da vida pessoal. No entanto, é essencial que cada um de nós tenha tempo para descansar, relaxar e aproveitar os momentos fora do ambiente profissional. Ao estabelecer esses limites, conseguimos preservar nossa saúde mental e evitar a sobrecarga de tarefas e responsabilidades.
Outra forma de lidar com o estresse é incorporar atividades físicas e técnicas de respiração à rotina diária. O exercício físico não só melhora a saúde do corpo, mas também libera endorfinas, hormônios que ajudam a aliviar o estresse e melhorar o humor. Além disso, técnicas de respiração, como a meditação ou a respiração profunda, podem ser ferramentas poderosas para acalmar a mente, reduzir a ansiedade e restaurar o equilíbrio emocional.
Escrever um diário pode ser uma ferramenta poderosa no combate ao estresse, ajudando a organizar os pensamentos, processar emoções e criar uma sensação de controle. Quando estamos sobrecarregados, nossa mente pode ficar confusa e agitada, mas ao colocar nossos sentimentos no papel, conseguimos desabafar de maneira saudável e reflexiva. Esse simples hábito tem o potencial de aliviar a tensão mental e emocional de várias formas.
Primeiro, escrever ajuda a externalizar os pensamentos e sentimentos. Muitas vezes, quando estamos estressados, ficamos presos em um ciclo de preocupações internas, sem saber como lidar com tudo. Ao escrever, você consegue “tirar” essas preocupações da mente e colocá-las em um lugar concreto, o que pode reduzir a sensação de sobrecarga. É como se você desse um nome para seus medos e ansiedades, tornando-os mais manejáveis.
Além disso, manter um diário oferece a oportunidade de refletir sobre o que está acontecendo em sua vida. Quando você escreve sobre os desafios do dia a dia, pode perceber padrões ou gatilhos que provocam o estresse, o que é um passo importante para entender melhor suas próprias reações. Com o tempo, esse hábito pode ajudar a identificar o que realmente está causando o estresse, o que permite que você tome decisões mais conscientes sobre como lidar com esses fatores.
O ato de escrever também é terapêutico. Pode ser uma forma de se expressar livremente, sem o medo de julgamento, o que traz alívio emocional. Muitas pessoas encontram conforto ao escrever sobre suas experiências difíceis, o que pode ajudar a processar e até a "liberar" as emoções acumuladas. Além disso, a escrita pode servir como uma forma de "descarregar" o estresse de maneira segura e sem consequências negativas, criando uma sensação de alívio imediata.
Outro benefício de escrever um diário é a prática da gratidão. Quando estamos estressados, é fácil focar apenas nos aspectos negativos da vida, mas ao escrever, você pode começar a listar coisas pelas quais é grato, por menores que pareçam. Esse simples exercício pode mudar a perspectiva, ajudando a mudar o foco do estresse para as coisas boas da vida, criando uma sensação de equilíbrio e bem-estar.
Por fim, escrever diariamente pode ajudar a criar uma rotina de autocuidado. Em um mundo onde muitas vezes deixamos nossas necessidades emocionais de lado, dedicar um tempo para escrever sobre o que sentimos se torna um ato de cuidado consigo mesmo. Esse momento diário de pausa e reflexão pode proporcionar um alívio importante no meio da correria, ajudando a reduzir o impacto do estresse.
Em resumo, escrever um diário não é apenas uma forma de desabafar, mas também uma maneira de ganhar clareza, perspectiva e controle sobre os próprios sentimentos. Ao dedicar um tempo para essa prática, você está criando um espaço seguro para processar emoções, reduzir o estresse e promover o bem-estar mental e emocional.
Porém, mesmo com essas práticas, há momentos em que o estresse se torna tão intenso que precisamos de algo mais. E é aí que entra a importância de buscar apoio psicológico quando necessário. Não há vergonha nenhuma em procurar um terapeuta ou psicólogo para ajudar a lidar com o estresse, a ansiedade ou qualquer outra dificuldade emocional. Pelo contrário, isso demonstra coragem e cuidado consigo mesmo. O apoio profissional pode fornecer as ferramentas necessárias para lidar com os desafios da vida de maneira mais saudável e equilibrada, sem sobrecarregar a mente e o corpo.
Lembre-se: pedir ajuda não é um sinal de fraqueza, mas um ato de força e autocuidado. Ao reconhecermos nossos limites e procurarmos as ferramentas certas para lidar com o estresse, estamos investindo em nossa saúde e bem-estar a longo prazo.
CONCLUSÃO
O estresse no trabalho é um desafio complexo e multifacetado que exige respostas rápidas e eficazes. Enquanto governos e empresas têm a responsabilidade de implementar políticas preventivas para garantir o bem-estar no ambiente laboral, os indivíduos também precisam assumir um papel ativo na gestão de sua saúde mental e emocional. Investir em ambientes de trabalho saudáveis não é apenas uma questão ética, mas também econômica: organizações com ambientes de trabalho que minimizam o estresse têm até 3 vezes mais chances de reter talentos e alcançar resultados sustentáveis a longo prazo.
A NOVA LEI SOBRE SAÚDE MENTAL NO TRABALHO Lei nº 14.831, sancionada recentemente, trouxe um marco importante instituir o Certificado Empresa Promotora da Saúde Mental que tem como objetivo incentivar as empresas a adotarem medidas de prevenção e combate ao estresse ocupacional. Agora, com a NR1 revisada, as organizações precisam formalizar ações para promover a saúde mental no trabalho, reconhecendo o estresse como um risco ocupacional e assumindo a responsabilidade de proteger seus colaboradores de suas consequências. Essa mudança na legislação reflete uma compreensão mais profunda de como a saúde mental afeta a produtividade e a qualidade de vida no ambiente profissional, e marca um novo paradigma onde o cuidado com os trabalhadores vai além das condições físicas, incluindo também a saúde emocional.
No contexto pós-pandemia, em que a saúde mental se tornou um tema central, é fundamental repensar a relação entre produtividade e qualidade de vida. A busca por resultados não deve ser antagônica ao cuidado com o equilíbrio emocional dos profissionais. Construir futuros mais equilibrados e sustentáveis passa por promover ambientes que priorizem a saúde mental, permitindo que as pessoas possam se desenvolver profissionalmente sem comprometer seu bem-estar. A Lei 14.831 deve ser vista, não como apenas um incentivo, e sim como um passo fundamental para garantir que as empresas cumpram esse papel e construam espaços de trabalho mais humanos e saudáveis.
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