Um Ranking que Revela os Caminhos para a Felicidade em 2025.
- Rodrigo Silveira
- 19 de abr.
- 8 min de leitura
Atualizado: há 12 horas
No ranking da felicidade, além do emprego e da renda, a confiança, conexões e benevolência são fatores cruciais para o sucesso de uma pessoa.
É surpreendente o que podemos descobrir quando nos propomos a medir a felicidade. Muitas vezes, ela está em coisas simples como confiar no outro e compartilhar refeições com frequência.
Anualmente, o Wellbeing Research Centre da Universidade de Oxford, em parceria com a Gallup, a ONU (Sustainable Development Solutions Network) e um conselho editorial internacional, publica o World Happiness Report. Este renomado relatório é uma referência global quando se trata de bem-estar e métodos para aumentá-lo no mundo.
Este método exclusivo combina informações de mais de 140 países, cuidadosamente analisadas por especialistas em várias áreas, desde economia até neurociência. Nossa análise leva em conta tanto percepções individuais quanto dados objetivos, como PIB per capita, expectativa de vida saudável, apoio social, liberdade para fazer escolhas, generosidade e percepção de corrupção.
Os resultados deste ano revelam um paradoxo: apesar de a conexão humana continuar sendo uma das bases mais importantes para a felicidade, estamos nos afastando dela.
Um estudo recente mostrou que compartilhar refeições pode ser tão importante para o bem-estar como conseguir um emprego e ter uma boa renda. Nos Estados Unidos, a média é de 5,7 refeições compartilhadas por semana, enquanto que na América Latina ainda resistimos com apenas 12.
Em todas as faixas etárias, está ocorrendo uma diminuição no número de refeições compartilhadas, mas os jovens adultos são os mais afetados. Isso nos faz refletir: estamos apenas alimentando nossos corpos ou também nutrindo nossas conexões e nosso bem-estar?
Conheça: O novo capital social
De acordo com Jeffrey Sachs, economista da ONU e um dos autores do relatório, para ser feliz é preciso confiar nos outros, ser gentil e ter boas conexões sociais. Esta afirmação é comprovada pelos dados, que mostram que a confiança em outras pessoas tem uma influência maior na felicidade do que sofrer grandes perdas materiais ou viver com medo.
Um exemplo poderoso que ilustra esse conceito é o Lost Wallet Experiment - um experimento global onde carteiras "perdidas" com dinheiro, documentos e número de telefone à vista foram deixadas propositalmente em locais públicos. O objetivo? Observar quantas delas seriam devolvidas espontaneamente.
Os resultados foram impressionantes: de 40% a 80% das carteiras foram devolvidas, dependendo do país. Uma descoberta interessante foi que cidades com maior bem-estar emocional apresentaram índices ainda maiores de devolução. Porém, o dado mais revelador foi outro: quase em todos os lugares, as carteiras foram devolvidas com uma frequência muito superior ao esperado.
Muitas vezes, as pessoas subestimam a honestidade umas das outras - e essa desconfiança pode ser problemática. Quando alguém age com integridade, ficamos surpresos, como se isso fosse uma exceção.
Em tempos de conflito e desconfiança, a confiança é um valor contracultural - e por isso mesmo, revolucionário. Ela é responsável por unir o tecido invisível das sociedades mais felizes. Não se trata de não ter problemas, mas sim de contar com pessoas e instituições em quem se pode confiar.
Medindo o Bem-estar através da Benevolência
Uma descoberta importante é que atos de bondade, como ajudar desconhecidos, doar dinheiro e fazer trabalho voluntário, permanecem mais de 10% acima dos níveis anteriores à pandemia, mesmo em 2024.
Especificamente, a prática de apoiar estranhos aumentou em média 18% desde o período entre 2017 e 2019. No entanto, a grande questão e desafio permanecem: como podemos transformar a gentileza individual em uma prioridade social ou até mesmo em uma política pública?
O relatório sugere algo ainda mais poderoso: doar com estratégia pode ser uma das maneiras mais eficazes de promover felicidade no mundo e também aumentar a nossa. Quando a generosidade é bem direcionada, ela se torna um investimento de alto retorno humano.
Já imaginou poder medir o impacto real de cada real doado na vida de alguém? Não com números genéricos, mas com métricas e indicadores de bem-estar específicos? Com a nossa plataforma, isso é possível. Você pode acompanhar e quantificar exatamente como sua doação está fazendo a diferença na vida das pessoas.
Uma das partes mais inovadoras do relatório de 2025 é o conceito de WELLBYs - Well-Being Years, que propõe medir quantos anos de bem-estar são gerados por uma ação. Esta é uma ideia audaciosa que busca promover um mundo onde a qualidade de vida é tão importante quanto a quantidade de anos vividos.
Uma pesquisa recente mostrou que nem todas as organizações sem fins lucrativos têm o mesmo impacto quando se trata de promover a felicidade. Algumas ONGs são capazes de multiplicar o impacto das doações em até 100 vezes mais que outras. Mas isso não está relacionado ao tamanho ou à fama, mas sim ao "custo-benefício emocional" do que elas oferecem.
A pesquisa também revela uma grande lacuna: as grandes organizações filantrópicas, com campanhas extensas e reconhecimento mundial, raramente são submetidas a avaliações rigorosas de impacto no bem-estar. A falta de dados dificulta saber se o dinheiro doado está realmente gerando transformação significativa.
O desafio atual é transformar doações em avanços científicos reais. É importante medir o que realmente importa e compreender que o impacto da pesquisa não é apenas social ou econômico, mas também emocional e subjetivo, criando transformações sociais significativas.
Medindo a Felicidade: Finlândia em Primeiro Lugar no Ranking
No Brasil, uma ótima notícia foi divulgada: subimos oito posições no ranking mundial, alcançando o 36º lugar. Embora já tenhamos estado em melhores posições, como o 16º lugar em 2015, o aumento do PIB per capita e a resiliência das redes de apoio - especialmente nas periferias - mostram que ainda há uma força invisível que nos impulsiona para frente.
Infelizmente, muitas vezes precisamos nos virar por conta própria devido à ausência do Estado em garantir o básico. A falta de políticas públicas para promover o bem-estar coletivo também é um grande desafio. No entanto, mesmo diante dessas dificuldades, nós brasileiros seguimos sendo um povo solidário: 63% afirmaram ajudar desconhecidos.
A Finlândia tem liderado o ranking de felicidade nos últimos oito anos. Isso se deve ao equilíbrio entre vida pessoal e profissional, a proximidade com a natureza e os altos níveis de confiança social e nas políticas de bem-estar. O país compreendeu que a felicidade não é algo que possa ser forçado, mas sim cultivado coletivamente.
Lares com mais pessoas são um desafio, mas também uma oportunidade. Com mais pessoas vem a chance de aprender e crescer juntos, mas também é preciso gerenciar bem os recursos e o espaço disponível para garantir o conforto e a harmonia no lar. Com paciência e comunicação eficaz, é possível criar um ambiente acolhedor para todos os moradores da casa.
Um dado curioso é que lares com mais ocupantes tendem a ser mais felizes. No México e em partes da Europa, casas com quatro ou cinco moradores apresentam níveis mais altos de bem-estar. Apesar do valor da solidão, há algo primitivo e reconfortante em saber que se está cercado por outros.
Esse dado ressalta o valor das conexões humanas como um dos principais fatores para a satisfação. Em um mundo cada vez mais digital e centrado no indivíduo, o convívio diário, as interações afetivas e a sensação de pertencimento se tornam ainda mais significativos.
Compartilhar momentos, ter alguém em quem confiar e enfrentar a rotina juntos é uma poderosa forma de combater o isolamento emocional que afeta muitas pessoas nas grandes cidades.
Política e Felicidade
Segundo o relatório, existe uma conexão direta entre nossos sentimentos e nossas escolhas políticas. Quando nos sentimos insatisfeitos com a vida e desconfiados dos outros, isso influencia nossa forma de votar. Em suma, a crise atual é menos sobre ser de “direita” ou “esquerda”, e mais sobre não ter confiança e segurança.
Tanto na Europa quanto nos Estados Unidos, o aumento do voto antissistema é frequentemente atribuído à queda na satisfação com a vida. Quando as pessoas se sentem infelizes, geralmente é porque perderam a confiança nas outras pessoas, nas instituições e no futuro. Infelizmente, esse caldo tóxico é perfeito para alimentar o populismo.
Um fato interessante é que, quanto menor o índice de confiança social, maior é a tendência de apoio à política da direita. A confiança desempenha um papel fundamental na divisão das ideologias políticas.
Acredite, o oposto da felicidade não é a tristeza, mas sim o desespero. Não permita que a falta de esperança e motivação te impeçam de alcançar seus sonhos e encontrar a verdadeira felicidade.

Essa frase resume perfeitamente o impacto devastador da falta de suporte e confiança em uma pessoa. Quando essas redes falham, sobra apenas o desespero. Infelizmente, esse sentimento muitas vezes leva ao aumento da depressão, do suicídio e do abuso de substâncias como forma de lidar com o vazio causado pela falta de conexão ou propósito na vida.
Uma pesquisa recente revela que um aumento em comportamentos benevolentes e pró-sociais pode diminuir o número de "mortes desesperadas" causadas por suicídio, abuso de álcool e drogas.
Em um estudo realizado em 59 países de renda média e alta entre 2000 e 2019, foi constatado que um aumento de 10 pontos percentuais nos comportamentos pró-sociais está associado a uma redução de uma morte a cada 100 mil habitantes por ano. No Reino Unido, isso representaria cerca de 550 mortes evitáveis a cada ano.
Enquanto a tendência geral é de queda, os números permanecem altos em países como Estados Unidos, Coreia do Sul e Eslovênia. Em 2019, a Eslovênia liderou o ranking com mais de 50 mortes por 100 mil habitantes, demonstrando a gravidade da situação em certas regiões.
As estatísticas mostram que as taxas de mortalidade são quase quatro vezes maiores entre homens e mais que o dobro entre pessoas com mais de 60 anos, em comparação com jovens de 15 a 29 anos. Infelizmente, três quartos dessas mortes são por suicídio, seguidas pelo abuso de álcool e drogas.
Estudos mostram que investir em estruturas que promovam solidariedade e engajamento social pode não só aumentar o bem-estar da sociedade, mas também reduzir a incidência de mortes. Essas descobertas reforçam a importância de focar no desenvolvimento desses aspectos para promover uma sociedade mais feliz e saudável.
Não é por acaso que o relatório não conclui com uma fórmula, mas sim com um convite: que tal marcar um almoço tranquilo com alguém especial antes de buscar o próximo grande avanço?
É hora de reconhecer que a verdadeira inovação social - aquela com impacto duradouro - começa com a base mais humana de todas: nossa capacidade de cuidar, confiar e conviver.
Precisamos transformar esses valores em ações e hábitos diários, bem como em direcionamentos sociais incorporados em políticas públicas e planos de governo.

E se a sua empresa fosse mais do que apenas um espaço profissional... e se ela se tornasse um lugar onde as pessoas acordam motivadas e felizes por fazerem parte?
Pense em um ambiente onde o bem-estar vai além de um benefício no papel — e se torna um valor essencial. Um lugar onde cada colaborador é reconhecido, apoiado e encorajado a evoluir, tanto pessoal quanto profissionalmente.
Na IKIGAI WELLNESS, acreditamos que o verdadeiro diferencial das empresas está nas pessoas. Por isso, colocamos o bem-estar humano no centro de tudo que construímos.
Apoiamos a saúde emocional, despertamos o senso de propósito, fortalecemos conexões e promovemos uma vida com mais equilíbrio e significado. Porque quando as pessoas estão bem, elas entregam o seu melhor — e é assim que nascem negócios mais humanos, duradouros e inspiradores.
Deixe a IKIGAI ajudar a transformar seu ambiente em um espaço onde cada pessoa encontre um motivo genuíno para crescer, se orgulhar e permanecer.
IKIGAI WELLNESS – Porque é o cuidado com as pessoas que transforma tudo.
Comments